Homenageado, é Vitor Hugo Pires Nogueira
PENSAR
Se nós Homens
Nos julgamos suficientes
E com isso assumimos
Uma autoridade tirânica;
Saibamos que esta suficiência
É limitada, é inconsequência.
De pensamos,
Que tudo se resume a nós,
Saibamos que não somos só a foz
Mas também a nascente e leito,
E a podridãoo que flutua.
Que somos uma carga de meios
Sistemas e fórmulas e meneios
Que para o todo completo,
São só simples coisas e dialetos.
Se pensamos,
Que chorar é coisa dos fracos
E ficamos insensíveis sorrindo,
É porque, medrosos em horror
Ainda não descobrimos o amor
E vimos ele partir.
Sim, porque todos haverão do chorar,
Todos irão implorar,
O direito de ter uma lágrima
E um alguém
Por quem a derramar.
E talvez ainda não seja tarde,
Minh’alma borbulha revoltada,
A normalidade comum não me atinge em nada.
São flores mortas por veneno de antulhos.
A dor aflige meu corpo do pecado oriundo,
Meus olhos se molham com a realidade,
A mente se esgota em busca da verdade,
Ergo a loucura em forma de triunfo.
O mundo se desfaz em luzes de ozônio,
A terra cede sob meus pés caminhantes,
Meu peito chora um choro ululante,
Desfalece meu corpo, entrego-me ao sonho.
Ensombro-me sem dor no meu submundo,
Rezo a Deus com voz taciturna,
Culpo-me nas sombras de um poço sem fundo.
Lanço-me em vão sem tropeços
Na digna idade dos tempos.
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